quarta-feira, 13 de maio de 2009

O julgamento de Osíris

Tal como prometido, retomo o tema da morte. O culto dos mortos assim como a preocupação com o que há depois da morte é algo que se perde na imensidão do passado. Ainda que não seja um grande especialista na área, não posso deixar de expressar o meu fascínio pelo Julgamento de Osíris, descrito no Livro dos Mortos.
Após a morte do indivíduo e, depois de todo o processo de mumificação, este inicia a sua viagem para a outra vida. O morto embarca na barca de que o leva até à entrada do Amenti (morada de Osíris) onde é apresentado a Maat (grande deusa com duas plumas na cabeça que simbolizam a verdade e a justiça). Dela vai depender a sua salvação. Agora pode iniciar o seu périplo pelas 42 câmaras onde 42 juízes irão julgar os seus pecados. O morto terá que provar a cada um dos juízes que viveu de acordo com os mandamentos da religião. Ao ultrapassar as 42 câmaras, é recebido por Hórus, filho de Osíris e de Ísis. Ele também quer ser apresentado como filho de Osíris, confundindo-se ou unindo-se ou ainda fundindo-se a Hórus. Eis que chega finalmente à derradeira câmara. A câmara do Tribunal. Aqui o seu coração é tomado por Anúbis e Hórus e colocado num dos pratos da balança. No outro prato estará a Pena de Maat, que simboliza a verdade e a justiça. O coração deverá equilibrar o prato da balança de forma a evitar a condenação. Cabe ao deus Thot, deus da escrita e e criador de toda a cultura, lavrar em tábua o veredicto. Caso o morto seja condenado, este é atirado a Amentis ou Babai, o monstro devorador com cabeça de crocodilo. Se for absolvido tem liberdade para avançar para as nove câmaras seguintes onde se dará a sua exaltação.

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