quarta-feira, 13 de maio de 2009

A Porta que não tem porta


Esta noite tive um sonho. Vi-me a entrar numa espiral que me levou às profundeza de um sítio que não reconheci. Estava escuro. Era como se tivesse entrado num quadro pintado apenas com uma escuridão visível. Senti-me confuso, como um barco à deriva no imenso oceano, mergulhado em nevoeiro. Tentei perceber mais uma vez onde estava, se este espaço era fechado ou aberto. Paredes... apenas encontrei paredes frias e ásperas. Entrei em pânico e desatei a correr desalmadamente enquanto os meus olhos procuravam freneticamente uma saída. Foi aí que vislumbrei a silhueta de uma pedra irregular, de faces rugosas e assimétricas, que ladeava aquilo que parecia ser uma saída. Trespassei essa passagem e cruzei-me com um homem idoso que prontamente me abordou. Disse chamar-se Hiram e fez-me ver um longo caminho que se estendia até um cume encimado por um cubo de pedra ladeado por uma acácia. Questionei-o, confuso, sobre aquilo os meus olhos apreendiam ao que ele me respondeu:
- Este é caminho para encontrar a Porta que não tem porta.
Foi então que acordei e finalmente compreendi. A gruta escura representa as limitações que inconscientemente ou não impomos a nós próprios. Ao despirmo-nos de preconceitos, num espírito de aceitação e procura, encontramos a entrada para o progresso e aperfeiçoamento, onde somos como uma pedra que nunca foi trabalhada. O caminho para o conhecimento e para a sabedoria é longo e infinito. Possui muitas barreiras impostas pelos nossos defeitos. Nunca atingiremos essa mentira da vida que é a perfeição mas vale a pena tentar chegar lá perto.
Em relação à "Porta que não tem porta", deixo-a em aberto. Retomarei este tema noutra altura.

2 comentários:

  1. Como sempre Maravilhoso.
    Espero aquele texto sobre: "não existem crianças burras".

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  2. Eu não me esqueci desse... Fica a promessa de que ele virá.

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